O Banco Nacional de Angola decidiu cortar a taxa básica de referência (taxa
BNA) em 25 pontos base, colocando-a em 10%. Esta é a segunda vez que o BNA toma
esta decisão desde que a taxa básica foi instituída (em Outubro de 2011), sendo
que a última vez ocorreu precisamente há um ano, altura em que a taxa foi fixada
em 10,25%.
Relembramos que as decisões acerca da taxa básica são tomadas tendo presente
a evolução de diversas variáveis, tendo em vista a promoção de um cenário de
estabilidade de preços. Assim, face à evolução recente da taxa de inflação (que
se situa nos 9%), face às perspectivas de manutenção de uma trajectória de queda
moderada desta variável ao longo deste ano, e considerando os níveis de
actividade económica doméstica e internacional, o BNA considerou justificar-se a
decisão de baixar a taxa BNA. Da mesma forma, o BNA decidiu reduzir a Taxa de
Juro da Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez de 11,5% para 11,25% ao
ano; e reduzir a Taxa de Juro da Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez
de 1,5% para 1,25% ao ano.
Este movimento de descida da taxa de referência sinaliza aos operadores de
mercado uma diminuição do custo de financiamento a empresas e famílias,
constituindo um factor de impulso à actividade económica, sem que daí decorram
pressões inflacionistas. Note-se que, na medida em que existe a expectativa de
que a inflação mantenha uma evolução moderada e estabilize a médio prazo no
intervalo entre 5% e 8%, a taxa de referência poderá ter espaço para mais alguma
redução ligeira. Neste contexto, verificamos que as taxas Luibor têm vindo a
acompanhar este movimento de queda, o que em devido tempo irá passar à economia
real os efeitos expansionistas destas medidas, via operações das instituições
bancárias, nomeadamente através do crédito. Note-se que em 2012, as taxas Luibor
reduziram em todas as maturidades, sendo que as quedas mais acentuadas foram
observadas nos prazos mais longos. Os prazos Overnight e 30 dias recuaram 0,28%
e 0,66% situando-se nos 6,20% e 7,70%, respectivamente. A mesma tendência
observou-se nos prazos a 90 e 180 e 270 dias que recuaram mais de 100 pontos
base, 1,49%, 1,41% e 1,25%, encerrando o ano de 2012 nos 8,65%, 9,43% e 10,21%,
respectivamente. A quebra mais expressiva observou-se na Luibor a 360 dias que
recuou 1,70% em 2012 situando-se nos 10,66%.
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